2014-10-09
Da Redação com Rádio Vaticano
Durante os trabalhos deste Sínodo extraordinário, os padres sinodais
aprovaram uma mensagem de estima e de encorajamento às famílias vítimas
do fanatismo islâmico no Iraque. Esta proposta foi apresentada pelo
Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando
Filoni, enviado do Papa Francisco ao país em agosto passado.
Eis a declaração do Cardeal à Rádio Vaticano:
Card. Filoni:- “Uma das realidades mais dramáticas é justamente a que ocorre no Iraque, onde as famílias foram obrigadas a fugir, restando-lhes somente duas alternativas: ou renunciam à fé ou fugirem. Parece-me que este seja o testemunho mais bonito do ponto de vista da fé. Eles testemunham sua crença, independente dos problemas de abandonarem suas casas, seus pertences e assim por diante. O que mais me surpreendeu quando eu estava no Iraque, foi ver a união daquelas famílias, mesmo quando fugiam, estavam sempre unidas. Isso é muito bonito. Por isso, nessa sede do Sínodo, é importante não somente o testemunho de fé das famílias cristãs iraquianas, mas também a união que se faz presente, mesmo diante das dificuldades”.
RV:- Pensando nas situações irregulares, nos chamados casais de fato, o senhor disse: “Estas situações não são inéditas, já existiam no tempo de Jesus”. Qual a atitude de Jesus diante dessas situações?
Card. Filoni:- “Foi justamente o que disse o Papa Francisco na homilia de domingo passado. ‘Que nos coloquemos no centro do mistério de Jesus, da vida de Cristo, do seu comportamento e da sua palavra’. Parece-me que Jesus enfrentou com muita clareza a temática, que nós também hoje, sob diferentes perfis, a consideramos atual e, em certos aspectos, dramática. Pergunto-me: o que Jesus faria diante das problemáticas atuais? Tem um precedente em João Batista. Ele foi precursor da missão de Jesus, foi morto exatamente porque queria seguir o ensinamento e o projeto de Deus. Não era lícito que Herodes estivesse com a mulher do seu irmão, e João Batista não encontrou ‘solução’ para este caso. Herodes tinha bem entendido qual era a verdade e João Batista pagou com a sua vida. Mas esta é a mensagem de Jesus. A Igreja tem a missão de João Batista: indicar Cristo e levar a Cristo. Aqui há uma coincidência.
(KSF)
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