Hoje, no Vaticano, a pequena Lizzy quer gravar em seus olhinhos doentes uma das últimas e mais desejadas imagens de alguém especial. Mas por que Francisco?
O papa Francisco é, de modo muito especial, uma das
pessoas que ela mais deseja ver pessoalmente antes de perder por
completo a visão. A pequena Elizabeth Myers, ou Lizzy para os mais próximos, tem 5 anos de idade e vive no seu Estado norte-americano natal de Ohio, junto com a irmãzinha de 3 anos e os pais de origem italiana.
Desde que nasceu, Lizzy trava uma batalha, cruel e inútil, contra uma doença genética rara, a síndrome de Usher, que a condena a uma cegueira inevitável.
Antes que os seus olhinhos fiquem velados irremediavelmente e para sempre, porém, o papa Francisco a receberá no Vaticano hoje, 30 de março:
Lizzy será abraçada pelo Santo Padre, que, com seu carinho de vovô já
reconhecido pelo mundo inteiro, lhe dará coragem para continuar
enfrentando esse desafio tão incompreensível.
A propósito: não custa lembrar que o próprio papa Francisco afirmou recentemente que nunca conseguiu entender por que as crianças sofrem. Este sempre foi um dos mistérios mais densos e até revoltantes
do ponto de vista humano a respeito de Deus, porque é aparentemente
incompatível e irreconciliável com um Deus bom e justo. Francisco tinha
se manifestado sobre este mistério ao responder à pergunta de uma
criança, que queria saber qual é o milagre que o papa gostaria de fazer.
Ele disse:
“Curaria todas as crianças. Eu ainda não consegui entender por que as crianças sofrem. Para mim, é um mistério. Eu não sei dar uma explicação… Eu rezo fazendo a Deus esta pergunta: por que as crianças sofrem? A minha resposta para a dor das crianças é o silêncio, ou alguma palavra que nasce das minhas lágrimas. Eu não tenho medo de chorar. Você também não precisa ter”.
A visão da pequena Lizzy se degrada sem volta atrás e a família tomou
a decisão de lhe oferecer o desejado encontro pessoal com o papa
Francisco no Vaticano – um desejo que a menina manifesta com frequência!
Ontem, 29 de março, Lizzy e sua família chegaram a Roma a bordo de um
voo gratuitamente oferecido pela companhia aérea Turkish Airlines: o
sonho estava se tornando realidade!
Na capital da Itália, toda a família está recebendo as atenções dos
voluntários da Unitalsi, uma associação católica italiana de ajuda a
peregrinos e doentes e que é a coluna vertebral deste comovente projeto.
As autoridades do Vaticano informaram, ontem, que “o Santo Padre
ficará encantado de encontrar a pequena Lizzy ao final da audiência
desta quarta-feira, 30 de março”: uma graça que, no geral, é muito
difícil de oferecer a todos os fiéis.
Mas por que uma menininha de uma distante localidade da
América do Norte deseja tanto que uma das últimas imagens gravadas em
seus olhinhos doentes seja a do papa Francisco?
O que impressionou Lizzy, segundo seus parentes, foram a sinceridade e
o caráter paternal do diálogo entre o papa e as crianças e jovens.
Francisco é reconhecido como um líder mundial que, não satisfeito com
a renovação apenas da Igreja católica, também tem revolucionado a
maneira de dialogar com gerações de jovens que, independentemente de
religião ou ideologia, valorizam o seu estilo aberto e transparente, a
sua priorização da espontaneidade sobre o protocolo, a sua recusa aos
privilégios, as suas palavras de misericórdia e perdão, a sua
proximidade das pessoas de todas as classes sociais, a sua atenção
concreta e não apenas discursiva pelos pobres, pelos doentes e por todos
os que sofrem – como a pequena Lizzy, que, embora tenha os olhinhos do
corpo condenados a uma revoltante escuridão, mantém os olhos da alma
brilhantes e vívidos, capazes de enxergar o que muitos adultos têm
debaixo de seus narizes, mas são cegos demais para ver.
Fonte: Aleteia.Org
Foto: Lizzy Myers © Roma Today
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