“Com a transparência se é
verdadeiro. E quando se é verdadeiro se é também livre”, afirma o pregador dos
exercícios. Como Jesus, que “não se fez comprar por ninguém”, e “jamais entrou
nos palácios dos potentes, somente quando prisioneiro”.
Quando não se tem, nota Padre
Ronchi, procura-se reter, como aquelas Ordens religiosas que tentam administrar
os bens como se isso pudesse produzir aquela segurança corroída pela crise das
vocações. Ao invés, a lógica de Jesus é aquela do dom. “Amar” no Evangelho se
traduz em um verbo seco: “dar”. O milagre da multiplicação diz isto, que Jesus
“não se preocupa com a quantidade” do pão, aquilo que quer é que o pão seja
compartilhado.
“De acordo com uma misteriosa
regra divina: quando o meu pão passa a ser o nosso pão, também o pouco passa a
ser suficiente. E, ao contrário, a fome começa quando restrinjo o meu pão a
mim, quando o Ocidente saciado restringe seu pão, seus peixes, os seus bens
para si (…) Alimentar a terra, toda a terra, é possível, há pão em abundância.
Não é preciso multiplicá-lo, basta distribuí-lo, começando por nós. Não são
necessárias multiplicações prodigiosas, mas derrotar a Gula do egoísmo, do desperdício
de alimento e do acúmulo de poucos”.
A fome dos outros tem direitos
sobre mim
“Dai e vos será dado. Uma medida
boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste…”.
Nesta promessa de Jesus está contida, reitera Padre Ronchi, “a misteriosa,
imensa economia do dom e do cêntuplo, que é o diferencial de todas as balanças.
Isto “me conforta – disse – porque mostra que a verdade última segue a lógica
do dom, não aquela da observância”. E a “pergunta última será: doaste pouco ou
doaste muito à vida”. “Disto depende a vida, não dos bens”, conclui Padre
Ronchi. E são suficientes cinco pães doados para mudar o mundo.
FONTE: CANÇÃO NOVA NOTÍCIAS
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