“A catequese foi sempre considerada pela
Igreja como uma das suas tarefas primordiais, porque Cristo
ressuscitado, antes de voltar para o Pai, deu aos Apóstolos uma última
ordem: fazer discípulos de todas as nações e ensinar-lhes a observar
tudo aquilo que lhes tinha mandado” (João Paulo II, Catechesi Tradendae,
n.1).
São Paulo disse aos romanos que “a fé
entra pelos ouvidos”. É essencial que se pregue o Evangelho,
especialmente para as crianças e jovens, e também para adultos não
evangelizados.
“Como invocarão Aquele em quem não têm
fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão
falar, se não houver quem pregue?” (Rom 10,15), pergunta São Paulo.
“E como pregarão, se não forem enviados,
como está escrito: Quão formosos são os pés daqueles que anunciam as
boas novas (Is 52,7)?… a fé provém da pregação e a pregação se exerce em
razão da palavra de Cristo”. (Rom 10,15-17).
A Igreja, desde os seus primórdios,
propagou o Evangelho, sobretudo pela Catequese dos grandes bispos e
padres. O Papa São João Paulo II, disse na “Catechesi Tradendae” (n.18)
que:
“A catequese é uma educação da fé das
crianças, dos jovens e dos adultos, a qual compreende especialmente um
ensino da doutrina cristã, dado em geral de maneira orgânica e
sistemática, com o fim de os iniciar na plenitude da vida cristã.”
O Catecismo diz que: “Os períodos de
renovação da Igreja são também tempos fortes da catequese. Eis por que,
na grande época dos Padres da Igreja, vemos Santos Bispos dedicarem uma
parte importante de seu ministério à catequese. É a época de São Cirilo
de Jerusalém e de São João Crisóstomo, de Santo Ambrósio e de Santo
Agostinho, e de muitos outros Padres cujas obras catequéticas permanecem
como modelos” (n.8).
Hoje nós encontramos muitos jovens que
vieram de famílias católicas, mas que quase nada sabem sobre a doutrina
católica, os sacramentos, os mandamentos, a oração, etc. E vivem como se
não fossem católicos. São enganados pelas seitas e pelos professores
ateus e hostis a Igreja. Por quê? Certamente porque não receberam uma
boa catequese, nem em casa – pois muitos pais não os evangelizam mais – e
nem nas catequeses da Igreja, porque em muitos lugares falta uma forte
catequese. Esta situação está extremamente agravada pelo número de
crianças que são filhos de pais separados ou de famílias que não
frequentam a Igreja. Isso aumenta em muito a necessidade urgente de uma
Catequese esmerada, caprichada, dedicada. Se a família já não catequiza
mais, como era antigamente, então, a Igreja precisa redobrar o esforça
de catequizar.
Para que isso aconteça, é preciso bons
catequistas, que amem a Jesus Cristo e que por amor a Ele, sejam seus
missionários catequistas, dedicados, cheios de zelo apostólico,
dispostos a todo tipo de sacrifícios.
A alegria do catequista deve ser a mesma
de Jesus ao ver uma ovelha que se afasta do Seu rebanho, como aquela
que Ele vai buscar, mesmo deixando as 99 seguras no aprisco. Haverá mais
alegria no céu por um pecador que faz penitência, Ele disse. Esta deve
ser a alegria e a motivação do catequista: “salvar almas para Deus”.
Nada mais.
Pela boca de Jeremias, Deus disse algo
muito sério: “Eis o que diz o Senhor: “Maldito aquele que faz com
negligência a obra do Senhor!” (Jeremias 48, 10).
Então, é melhor não
ser catequista do que ser um mal catequista. É melhor não se dispor a
trabalhar na catequese se não estiver disposto a trabalhar com o devido
zelo. Não há missão mais nobre a se realizar, mas também nossa culpa
pode ser grande se formos negligentes com esta missão sagrada, da qual
depende a vida espiritual de muitas crianças e jovens.
Para isso o Catequista e os responsáveis
pela Catequese devem ser zelosos. Pela boca do profeta Oséias Deus
disse: “Meu povo perece por falta de doutrina” (Os 4,6). Quantos
católicos são levados para as seitas, a beber águas contaminadas, por
falta de uma Sã doutrina! (1 Tm 1,10; 4,6; 2 Tm 4,3; Tt 2,1).
Mais do que nunca, neste tempo difícil
em que a fé católica é desafiada em toda parte, precisamos de
catequistas preparados, que conheçam muito bem a doutrina católica,
ensinada pela Igreja no Catecismo, e que sejam fiéis ao Sagrado
Magistério da Igreja, que recebeu de Cristo o dom da infalibilidade ao
ensinar.
“Para manter a Igreja na pureza da fé
transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma
participação em sua própria infalibilidade, ele que é a Verdade (CIC ,§
889).
O catequista fiel é aquele que ensina o
que a Igreja ensina, e não meramente o que ele quer. Não aprova o que a
Igreja não aprova; e não condena o que a Igreja não condena. João Paulo
II disse:
“Todos os catequistas deveriam poder
aplicar a si próprios a misteriosa palavra de Jesus: «A minha doutrina
não é minha mas d’Aquele que me enviou» (João 7,16). É isso que faz São
Paulo, ao tratar de um assunto de grande importância: «Eu aprendi do
Senhor isto, que por minha vez vos transmiti» (1 Cor. 11,23). Que
frequente e assíduo contato com a Palavra de Deus transmitida pelo
Magistério da Igreja, que familiaridade profunda com Cristo e com o Pai,
que espírito de oração e que desprendimento de si mesmo deve ter um
catequista, para poder dizer: «A minha doutrina não é minha»! (n.6).
Aqueles que na Igreja são responsáveis
pela formação dos catequistas, nas paróquias e nas dioceses, precisam
oferecer-lhes uma capacitação esmerada, aproveitando ao máximo o tempo.
Que sejam bem usados os finais de semana onde se possam aprofundar com
eles os temas básicos: O Credo, os Sacramentos, a Moral católica nos Dez
Mandamentos e uma profunda espiritualidade numa vida de oração e
meditação, que dê aos catequistas uma intimidade com o Senhor.
Os leigos catequistas têm pouco tempo
para a sua formação; então, é imperativo aproveitar bem os Encontros de
Catequistas para dar-lhes o melhor possível de capacitação na doutrina
da fé, deixando de lado tudo o que for supérfluo e desnecessário. Esses
Encontros devem ser alegres, mas extremamente densos de formação.
Jesus disse que aquele que guardar os
seus mandamentos e os ensinar “será declarado grande no Reino dos Céus”.
(Mt 5,19) . Esta palavra é, sem dúvida, para cada bom catequista.
Prof. Felipe Aquino
Fonte:cleofas.com.br
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