A Igreja “avança em sua peregrinação através das perseguições e das consolações de Deus”. Santo Agostinho
O Concílio Vaticano II ensina que “A
Igreja… recebe a missão de anunciar e estabelecer em todas as gentes o
Reino de Cristo e de Deus, e constitui ela própria na terra o germe e o
início desse Reino” (LG, 5).
Portanto, Cristo fundou a Igreja sobre
Pedro e os Apóstolos para que ela fosse a “semente” do Reino de Deus,
que Ele veio trazer aos homens. Sem a Igreja não pode haver, então, o
Reino de Deus. As próprias imagens são sinais que Jesus usou para
revelar a Igreja, e mostram a sua natureza íntima e a sua missão.
Na “plenitude dos tempos” (Gal 4,4),
Deus enviou o seu Filho ao mundo para realizar o plano da salvação. Esta
é a Missão de Jesus, porque o Pai quis “restaurar todas as coisas em
Cristo” (Ef 1,10). Para cumprir então a vontade do Pai, Jesus inaugurou
na terra o Reino dos Céus, através da instituição da Igreja e do anúncio
do Evangelho.
“A Igreja, diz o Concílio, Reino de Cristo já presente em mistério, cresce visivelmente no mundo pelo poder de Deus…” (LG 3).
Note bem que com esta expressão o Concílio identifica a Igreja com o Reino de Cristo, já presente neste mundo em mistério.
Jesus iniciou a Igreja pregando a Boa
Nova, a Boa Notícia, isto é, a “chegada do Reino de Deus” aos homens,
prometido nas Escrituras havia séculos. “Os tempos estão cumpridos, e o
Reino de Deus está iminente” (Mc 1,15). Pela presença de Jesus, por suas
palavras e por seus milagres, o Reino de Deus começa a surgir entre os
homens.
“Mas, se Eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, é que chegou até vós o Reino de Deus” (Lc 11,20; Mt 12,28).
O germe e o começo do Reino é aquele
“pequeno rebanho” que Jesus chamou para viver com Ele e dos quais se
tornou Pastor. “Não temas, pequeno rebanho, porque foi do agrado de
nosso Pai dar-vos o Reino” (Lc 12,32). É nesse “pequeno rebanho” de
discípulos que surge a Igreja destinada a ser a “família de Deus” (Ef
2,20). Era a família de Jesus, que ele cuidou como o bom Pastor.
Jesus é a Videira, o tronco, a Cabeça da
Igreja; e nós somos seus ramos, seus membros. É a realidade da Igreja
fundada Nele e por Ele para trazer de volta a humanidade para Deus no
seu Reino.
Jesus confiou o Reino de Deus aos Apóstolos:
“Eu, pois, disponho do Reino a vosso
favor assim como o meu pai o dispôs a meu favor, para que comais e
bebais à minha mesa no meu Reino e vos senteis em tronos para julgar as
doze tribos de Israel” (Lc 22,29-30).
Para os judeus, “julgar” significava em primeiro lugar “governar”.
Esses Doze são as pedras fundamentais da
nova Jerusalém, como mostra bem o Livro do Apocalipse, ao revelar a
Nova Jerusalém: “A muralha da cidade tem doze alicerces, sobre os quais
estão os nomes dos doze Apóstolos do Cordeiro” (Ap 11,14).
Esta Igreja, enriquecida e guiada pelo
Espírito Santo com os dons carismáticos e hierárquicos, realiza na terra
a missão de anunciar o Reino de Deus e de implantá-lo em todos os
povos. Mas é preciso lembrar que a própria Igreja é “o germe e o início”
deste Reino. (LG, 5). Sem a Igreja não existe Reino de Deus.
A igreja e o Reino de Deus “só terão a
sua consumação na glória celeste”, nos ensina o Concílio (LG, 48),
quando do retorno glorioso de Cristo. Enquanto isso, como disse Santo
Agostinho, ela “avança em sua peregrinação através das perseguições e
das consolações de Deus” (Cidade de Deus 18,51).
Prof. Felipe Aquino
Fonte: cleofas.com.br
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