15 de março de 2016

Quem dividiu a Bíblia em capítulos e versículos?

                                                                                                                 Pamela D. Maxwell


Uma pergunta que todo católico precisa saber responder

Como foi feita a divisão da Bíblia em capítulos e versículos? Nos livros “originais” não havia separação entre as palavras, nem vogais, sem sinais de pontuação, nem títulos para ajudar a localizar as passagens bíblicas.

A necessidade de dividir o texto sagrado surgiu especialmente para facilitar a leitura litúrgica.

Houve diversos sistemas, tanto entre os judeus (“Sedarim”; “Perashiyyot”; “Pesuquim”) como entre os cristãos (“Cánones eusabiani”, de Eusébio de Cesareia), para dividir os textos em 1162 seções.

Divisão em capítulos

Estêvão Langton, arcebispo da Cantuária, que havia sido chanceler da Universidade de Paris, fez a divisão do Antigo e do Novo Testamentos em capítulos, a partir do texto latino da Vulgata de São Jerônimo, por volta do ano 1226.

Da Vulgata, passou ao texto da Bíblia hebraica, ao texto grego do Novo Testamento e à versão grega do Antigo Testamento.

Ele estabeleceu uma divisão em capítulos, mais ou menos iguais, muito similar à que temos em nossas Bíblias impressas. Esta divisão se tornou universal.

Divisão em versículos

São Pagnino (1541), judeu convertido, depois dominicano, originário de Luca (Itália), dedicou 25 anos à sua tradução da Bíblia, publicada em 1527, e foi o primeiro em dividir o texto em versículos numerados.

Esta versão foi impressa em Lion. Era uma versão muito literal que constituiu um ponto de referência entre os humanistas da época, e foi reimpressa várias vezes.

Roberto Estienne, prestigioso impressor, realizou a divisão atual do Novo Testamento em versículos em 1551. Em 1555, fez a edição latina de toda a Bíblia.

Para os versículos do Antigo Testamento hebraico, ele utilizou a divisão feita por São Pagnino. Para os demais livros do Antigo Testamento, elaborou uma própria e utilizou para o Novo Testamento a que, poucos anos antes, ele mesmo havia realizado.

O recurso de dividir o texto bíblico em capítulos e versículos numerados permite, desde então, encontrar imediatamente uma passagem, seja qual for a paginação adotada por uma edição.

Esta é uma ferramenta fundamental para os pesquisadores, e para que todos possam ter uma mesma referência.

Bíblia impressa com capítulos e versículos

A primeira Bíblia impressa que incluiu totalmente a divisão de capítulos e versículos foi a chamada Bíblia de Genebra, publicada em 1560, na Suíça.

Os editores da Bíblia de Genebra optaram pelos capítulos de Stephen Langton, e versículos de Robert Estienne, conscientes da grande utilidade que teriam para a memorização, localização e comparação de passagens bíblicas.

Em 1592, o Papa Clemente VII mandou publicar uma nova versão da Bíblia em latim, para uso oficial da Igreja Católica, e nela se incluiu a divisão atual de capítulos e versículos.

Assim, no final do século XVI, os judeus, protestantes e católicos haviam aceitado a divisão em capítulos introduzida por Stephen Langton, e a subdivisão em versículos introduzida por Robert Estienne.

Desde então, estas divisões em capítulos e versículos ganharam aceitação como uma forma padronizada para localizar os versículos da Bíblia, e até hoje são aceitas universalmente.

 FONTE: Aleteia.org


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