Mas seu sacrifício maior foi a entrega da própria vida por amor aos mais pobres
A beata irmã Dulce, muito reconhecida no Brasil pela
grande obra de caridade que levou adiante em prol dos mais
necessitados, dormiu durante 30 anos em uma cadeira de madeira.
A penitência foi feita em ação de graças a Deus pela recuperação de
sua irmã, Dulcinha, que, em 1955, tinha passado por uma gravidez de alto
risco. A religiosa cumpriu sua promessa durante 30 anos com muita
dificuldade, já que tinha um enfisema pulmonar. Em 1985, os médicos a
convenceram a encerrar essa penitência – mas não foi fácil, porque a
Irmã Dulce pretendia continuar fazendo o sacrifício.
Conhecida como “Anjo bom da Bahia“, a religiosa
dormia um máximo de quatro horas por dia. Ela afirmava que gostaria de
não precisar descansar, porque assim teria mais tempo para ajudar os
pobres.
E isso que ela tinha começado a sua vida de caridade já aos 13 anos
de idade, quando conheceu uma favela em Salvador, e dedicou todo o
restante dos seus quase 78 anos de vida a “amar e servir”, lema da sua
ação em benefício dos mais necessitados.
Com essa intenção, ela criou um “bandejão” em 1950 para dar comida
aos pobres, ao que se seguiu a rede de aleitamento materno e toda a sua
série de obras de caridade, para cujo sustento a própria irmã Dulce
chegou a tocar acordeon e a cantar nas ruas de Salvador tentando
arrecadar dinheiro.
O espírito solidário vinha de família, já que o avô e o pai
participavam de instituições filantrópicas, mas, além de ajudar, a então
adolescente queria também evangelizar. Ela conheceu as Irmãs
Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus em 1929 e tentou
entrar às escondidas na congregação, mas o irmão mais novo a denunciou
ao pai – que queria que ela fosse professora. A futura religiosa até
chegou a estudar para fazer a vontade do pai, mas, logo que terminou o
curso, aos 20 anos, conseguiu convencê-lo de que sua vocação era outra e
entrou na congregação.
Foi então que a jovem Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes escolheu o nome de irmã Dulce: uma homenagem à mãe, que havia falecido quando ela tinha apenas 8 anos de idade.
A irmã Dulce foi beatificada em 22 de maio de 2011, em Salvador, sob o pontificado de Bento XVI.
“O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por
mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós” (Irmã
Dulce)
Fonte: pt.aleteia.org
Foto: CC
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