4 de novembro de 2012

Aceitar, Amar e Respeitar...



Na Alegria e na Tristeza, na Saúde e na Doença, Até que a Morte nos Separe...

Dando uma pregação para os membros da Comunidade Kairós, Jorge nos disse algo muito interessante: “Uma Comunidade é como um casamento, quando você entra numa, é como se você estivesse casando, você vai desposar a comunidade e a comunidade vai desposar você; tem que haver uma cumplicidade entre você e ela, você tem que amá-la e ser fiel a ela.
 Irá haver momentos de dor, como em todo relacionamento, haverá momentos de felicidades e de decepções. Você tem que ser Kairós na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe.”
Quando eu entrei na Comunidade Kairós, há quase quatro anos atrás, eu nem imaginava a profundidade do chamado de Deus para mim, minha vontade era só viver para Jesus, não sabia a que caminhos o Senhor me levaria, só sabia que era Nele que eu seria feliz.
Com o passar do tempo, fui vendo que a Comunidade é realmente um casamento, um casamento cheio de amor, de doação, de renúncia de si mesmo pelo outro, pela outra pessoa. É um casamento, que tem seus altos e baixos, seus erros e acertos; Há uma vocação dentro de mim, não tenho dúvidas que eu nasci para ser Comunidade Católica Kairós,  em qualquer tempo, em qualquer lugar, em qualquer situação. A vocação de ser Kairós me leva a aceitar a Comunidade, como ela é, aceitá-la como minha esposa, Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe por alguns instantes. Ela é minha esposa, tenho que respeita-la e ser-lhe fiel, não posso brincar de casar, preciso abraçar o compromisso que acompanha o casamento.
Descobri um segredo que vai me ajudar a responder uma pergunta que sempre me fazem: “O que é que eu tenho que fazer para ser da Comunidade Kairós?” ou ainda outra mais angustiante: “O que é ser Kairós?” Irei responder simplesmente: “Para ser da Comunidade basta uma coisa ‘CASE-SE!’ O segredo para ser Kairós, é casar com a Kairós! Entre nela como se estivesse entrando num casamento, pois realmente é uma união, cuide da casa da comunidade como se você estivesse cuidando da sua casa nova, onde morará com sua esposa; se sacrifique pela sua comunidade, para vê-la feliz, der o melhor pedaço da carne a ela, mesmo que seja aquele que você mais gosta, vai valer a pena ver o sorriso da tua esposa.
 Não dar certo casar com dúvidas, por isso para ser da Comunidade Kairós é preciso ter certeza do que eu quero. A Bíblia e a Igreja Católica não aprovam o divórcio, portanto pense bem antes de casar, só case se for por amor... Aceite, Ame, Respeite... Acolha como se acolhe uma esposa. Chegará o momento que as máscaras cairão, onde um conhecerá o outro, onde as misérias gritarão alto e mostrarão a fragilidade de cada um, e é nessa hora que o amor será provado, ame com amor incondicional, não imponha condições, não exija qualidades nem méritos, ame incondicionalmente, pois só assim teu casamento persistirá, insistirá, permanecerá para sempre... Aceite, Ame, Respeite...
Se tua esposa adoecer, você continuará com ela, ou irá abandoná-la ao saber da gravidade da doença? Se tua esposa empobrecer, perder todos os seus bens, perder todas as suas terras, você continuará com ela assim mesmo? Será que você não casou por dinheiro? Se a motivação foi financeira, teu casamento não durará muito, a não ser que você tenha se apaixonado depois que casou.  E na última terça-feira, dia 25 de agosto de 2009, eu perguntava aos meus formandos: “Vocês ficariam aqui se a Comunidade Kairós perdesse tudo? Se não existisse mais a multidão que vem nos ver, se não existissem mais as terras que a comunidade possui, nem os prédios, nem a Arca, nem o sítio, nem o Hospital, você ficaria? Se não houvesse mais uma revista, nem a sua matéria, nem programas de rádio, nem cds e nem dvds, você ficaria? Se não houvesse livraria, nem lanchonete, nem eventos grandes, nem músicas e nem livros... Você seria Kairós assim mesmo? Se tua esposa perdesse tudo, você continuaria com ela? Se existisse apenas uma casinha verde e um curral, e um terreno cheio de mato, sem ninguém por perto, e mais, se ainda estivéssemos pagando a terra, você viria assim mesmo?
Você teria coragem de iniciar tudo mais uma vez? Recomeçar... Ou você estar com sua esposa, apenas pelo que ela tem? Você está querendo entrar na comunidade porque você a ama, ou porque você quer desfrutar do que ela tem? Pense bem! CASE CONSCIENTE! NÃO CASE FORÇADO, NÃO CASE POR INTERESSE FINANCEIRO... TUA ESPOSA PODE EMPOBRECER, ADOECER, E ATÉ MORRER! Isso mesmo, até morrer! Haverá um tempo em que tua esposa morrerá, e por algum instante você se verá longe dela, mas tenha calma, ela irá ressuscitar! NO entanto é preciso que você continue a amando até no seu momento de morte. A comunidade passa por momentos de morte, de dor, e depois ressuscita...
No final da formação disse aos meninos: “Se tua esposa fosse presa você iria junto? Se por acaso se levantasse um processo contra tua esposa, se ela se envolvesse num escândalo, como seria sua reação? Você fugiria? Iria dizer que não a conhecia que nunca a tinha visto? Mesmo depois de desposá-la, você se negaria? Você iria para cadeia com a tua esposa, mesmo que ela tivesse sido acusada injustamente, ou justamente, você a amaria até atrás das grades? Não responda pra mim, responda no interior do seu coração.” Porque falar desse jeito? Você pode se questionar, mas provoquei os filhos da Comunidade Kairós, porque o amor deles pela Obra Kairós tem que ser um amor de verdade, tem que ser um amor maior que eles mesmos, eles precisam amar da forma certa, eles precisam amar em qualquer hora, em qualquer situação, com um amor incondicional, amor que nasça de dentro pra fora, amor que existe independentemente dos fatores externos, amor tão grande que até desconheço, é maior que eu.
No final senti como se Deus falasse: “Diogo, você aceita a Comunidade Kairós como sua esposa”? Promete amá-la e respeita-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe... Por algum instante.”
Consciente do amor e do compromisso, respondi: SIM EU ACEITO, coloquei a medalha da Kairós no peito, como se colocasse uma aliança no dedo, a abracei e a beijei.

Diogo Rogério Carlos,
Formador da Comunidade Católica Kairós,

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