17 de julho de 2014

Como a Igreja Católica funciona?



Povo de Deus, do qual somos membros; Corpo de Cristo, no qual cada um tem sua função; Templo do Espírito Santo, que concede dons para o bem de todos

 

É legítimo tentar compreender como a Igreja "funciona", mas o essencial está muito além de todas as comparações.

A Igreja é uma realidade original, pelo menos de três maneiras.
Poucas instituições humanas têm dois mil anos de existência. Desta longa história, que fez dela uma "especialista em humanidade" (Paulo VI), a Igreja tem também alguns costumes de outras épocas. Por outro lado, ela se une a um fundador e a um documento que é sua carta definitiva: por exemplo, a entrada na Igreja se dá por meio do Batismo. Finalmente, para o cristão, a Igreja carrega a marca do próprio Deus; neste sentido, é um "mistério". Seu funcionamento é regido pelo Direito Canônico.

A entrada na Igreja se dá pelo Batismo, que confere a todos os cristãos um determinado número de direitos e deveres.

O Concílio Vaticano II ressaltou especialmente a igualdade fundamental de todos os cristãos, sejam sacerdotes, religiosos ou leigos.
Cada um tem uma série de direitos (como, por exemplo, o respeito pela escolha do seu estado de vida e pelas suas opiniões políticas). E é chamado a determinadas responsabilidades dentro da Igreja.
Mas também tem deveres (por exemplo, formar-se na fé cristã, expressar seu ponto de vista para a vida da comunidade, ser testemunha do Evangelho na vida cotidiana).

Em um corpo, as funções são diferentes.

Particularmente, os bispos, sacerdotes e diáconos são consagrados em seu ministério por meio de um sacramento especial.
O exercício de uma responsabilidade é pessoal, mas não deve ser solitário: é a noção de serviço que predomina.

Sacerdotes, bispos e até o Papa estão rodeados de váriosconselheiros. O Concílio Vaticano II insistiu muito no desenvolvimento destes conselhos, alguns dos quais são obrigatórios. Os que exercem uma autoridade na Igreja devem recordar continuamente que esta vem de Cristo, que veio para servir, e não para ser servido.

A estrutura básica da Igreja é a diocese, na qual o bispo é o pastor.
Cada diocese conta com um determinado número de paróquias.

A diocese é chamada de "igreja particular"; mas toda a Igreja está presente em cada igreja particular, porque os bispos formam um só "colégio", encarregado da evangelização do mundo inteiro, sob a autoridade do Papa.

De certa forma, a igreja particular sempre existiu: é a comunidade presidida pelo sucessor de algum apóstolo. Já a paróquia, ainda que muito antiga, nem sempre existiu.
É uma forma que remonta à época em que a evangelização chegou aos campos, longe da cidade onde o bispo tinha sua "catedral" (que significa "sede"). Na Missa, o sacerdote sempre nomeia o bispo local e o Papa: este é o sinal de que ele mesmo é um sacerdote "católico".

Diversas estruturas, adaptadas segundo o tempo e as circunstâncias, garantem a coordenação com Roma, entre dioceses e em cada diocese.

O vínculo com Roma se manifesta particularmente quando um novo bispo é nomeado pelo Papa ou quando é reconhecido por ele.
Os bispos são os primeiros destinatários dos documentos enviados pelo Papa, como as encíclicas, por exemplo.

Excepcionalmente, os bispos se reúnem em concílios ecumênicos. E a cada três anos, aproximadamente, o Papa reúne centenas de bispos para tratar de algum tema específico (em 2012, por exemplo, o tema foi a evangelização). Todos os bispos vão a Roma em visita "ad limina" ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo – e muitos cristãos também. No âmbito de um país ou grupo de países, as dioceses formam uma "conferência episcopal", cujo objetivo é ajudar as dioceses a cumprir sua missão.

Complementando sua estrutura hierárquica, a Igreja é enriquecida com dons particulares do Espírito Santo a alguns dos seus membros – entre eles, a chamada "vida consagrada".

Ao longo da sua história, a Igreja viu o nascimento de inúmerasformas de santidade, espiritualidade, serviço ao próximo, anúncio do Evangelho, teologia, arte sacra etc.
As dioceses contam também com um grande número de associações, comunidades, movimentos e grupos de todo tipo.
 Os fiéis são livres para tomar estas iniciativas. Quando um grupo quer ser reconhecido como "católico", pede o consentimento do bispo.
 
Dentro dos dons ou "carismas", destaca-se a vida consagrada – que, em si mesma, reveste várias formas, sendo a vida religiosa a mais conhecida.
Ela se desenvolve em várias direções: vida contemplativa, apostolado, serviço, educação. E o século XX foi rico em novidades, neste sentido.
A vida consagrada é essencial para a vitalidade cristã na Igreja.

 

Fonte : Aleteia.com

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