22 de julho de 2014

Papa Francisco: sinal de contradição



Resposta a uma avalanche de ataques ao Santo Padre

 

Para certos setores da Igreja, o Papa Francisco se tornou um sinal de contradição, especialmente por seu modo de agir em diferentes momentos. Olham-se com reprovação muitas de suas atitudes.

Viu-se com maus olhos que na Quinta-feira Santa, em 2013, no início do seu pontificado, ele tenha celebrado a Missa fora dos muros vaticanos, na prisão de menores, em Roma, lavando os pés de não-católicos e, especialmente, de mulheres. Chegou-se a afirmar que ele tinha traído a Tradição, da qual é a principal garantia. O Papa foi questionado por não viver no Palácio Apostólico, residência habitual dos papas, tendo optado por viver na Casa Santa Marta.

Francisco foi também questionado por sua busca de diálogo com o judaísmo e o Islã. Critica-se sua proximidade dos evangélicos desde quando era arcebispo de Buenos Aires e também agora, como sucessor de Pedro.

Entristece-me profundamente que muitos ataques e incompreensões venham de católicos compromentidos. Alguns se expressaram de boa fé, confusos; mas outros o fizeram com rancor, acusando o Papa de incorrer em heresia e, inclusive, apostasia.

Experiência de São Pedro, o primeiro Papa

Tudo isso me recorda algo narrado por São Lucas no Novo Testamento. Refiro-me ao que aconteceu quando Pedro, o primeiro Papa, admitiu na comunhão eclesial o centurião romano Cornélio (At, capítulos 10 e 11), administrando o sacramento do Batismo a ele e toda sua família.

Peço a Deus que nos ajude a ter a mesma abertura dos crentes de origem judaica que questionaram Pedro, mas depois se tranquilizaram e louvaram a Deus quando o apóstolo lhes contou os pormenores. Eles compreenderam que também os pagãos tinha recebido a Palavra de Deus.

“E, quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis que eram da circuncisão repreenderam-no: Por que entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles? Mas Pedro fez-lhes uma exposição de tudo o que acontecera, dizendo: Eu estava orando na cidade de Jope e, arrebatado em espírito, tive uma visão: uma coisa, à maneira duma grande toalha, presa pelas quatro pontas, descia do céu até perto de mim. Olhei-a atentamente e distingui claramente quadrúpedes terrestres, feras, répteis e aves do céu. Ouvi também uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Eu, porém, disse: De nenhum modo, Senhor, pois nunca entrou em minha boca coisa profana ou impura. Outra vez falou a voz do céu: O que Deus purificou não chames tu de impuro. Isto aconteceu três vezes e tudo tornou a ser levado ao céu. Nisso chegaram três homens à casa onde eu estava, enviados a mim de Cesaréia. O Espírito me disse que fosse com eles sem hesitar. Foram comigo também os seis irmãos aqui presentes e entramos na casa de Cornélio. Este nos referiu então como em casa tinha visto um anjo diante de si, que lhe dissera: Envia alguém a Jope e chama Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele te dirá as palavras pelas quais serás salvo tu e toda a tua casa. Apenas comecei a falar, quando desceu o Espírito Santo sobre eles, como no princípio descera também sobre nós. Lembrei-me então das palavras do Senhor, quando disse: João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo." "Depois de terem ouvido essas palavras, eles se calaram e deram glória a Deus, dizendo: Portanto, também aos pagãos concedeu Deus o arrependimento que conduz à vida!” (At 11, 1-18).  

Princípio e fundamento perpétuo e visível de unidade

Neste contexto, é importante recordar o papel que o Papa tem enquanto sucessor de Pedro, Bispo de Roma e Vigário de Cristo. Igual a Pedro, o Papa tem a tarefa recebida de Cristo de guiar a Igreja (Mt 16, 18-19; Lc 22, 31-32; Jn 21, 15-17).


Fonte : Aleteia.com

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